62.
O Retorno ao Brasil
(fatos
ocorridos em 2007)
Era
uma linda tarde. No coração, eu levava dois
sentimentos fortes e contraditórios: a alegria de voltar
para casa e a tristeza de deixar meu filho, minha nora e a
linda cidade de Lyon. Mas, acima de tudo, eu levava o sentimento
de realização, por ter feito uma viagem tão
incrível por toda a Europa, com a maravilhosa companhia
do Ricardo e da Aude, meu filho e minha nora, sem os quais
esta viagem não teria sido tão interessante
e tão animada.
Eu
estava um pouco nervoso porque em minha passagem estava escrito
que o vôo para Paris seria feito pela TAM, mas já
havíamos verificado que a TAM não opera no Aeroporto
Internacional Saint Exupéry, de Lyon. Ricardo, com
sua calma habitual, em meio minuto localizou meu vôo,
que seria da Air France. Fizemos o check in e nos dirigimos
ao portão do embarque; neste momento eu só conseguia
sentir a tristeza de, mais uma vez, afastar-me milhares de
quilômetros de meu filho e de minha nora. Despedi-me,
tentando conter a emoção e adentrei no portão
para realizar a última parte desta viagem, que começara
dois meses antes.
O
vôo foi tranqüilo, mas a chegada a Paris foi um
pouco agitada, pois ali estava chovendo muito. Agora seria
o único momento de estresse da viagem: eu teria que
encontrar, sozinho, o terminal e o portão de embarque
do meu vôo para São Paulo naquele aeroporto imenso.
O Aeroporto Internacional Charles de Gaulle, ou CDG, é
tão grande que existe um metrô apenas para ligar
seus quatro terminais. Depois de errar o caminho três
vezes e conseguir retornar ao meu ponto de origem, finalmente
cheguei ao portão de embarque 7A do terminal 2B. Ufa!
Cheguei a pensar que não conseguiria.
Depois
de conferir que estava no lugar certo, eu relaxei, pois não
deveria haver mais estresse nesta viagem e saí pelas
redondezas para visitar alguns Free Shops, lojas que vendem
produtos sem impostos, para quem vai sair do país;
procurava uma água de colônia para dar para minha
mãe. Mas achei os preços muito abusivos e voltei
ao local do embarque, onde aguardei quatro horas antes de
embarcar.
Ao
chegar a São Paulo, eu estava exausto pelo cansaço
da viagem, mas estava tranqüilo, pois já estava
em casa. No Aeroporto Internacional de Guarulhos, também
percorri algumas lojas à procura da água de
colônia para minha mãe, mas não obtive
sucesso. Eu ia chegar a Goiânia sem o presente de minha
mãe e isto me incomodava. Logo embarquei para realizar
o último percurso da viagem: de São Paulo a
Goiânia, com uma escala em Brasília.
Desembarquei
em Goiânia às treze horas de uma tarde ensolarada
e logo vi minha mãe e minha filha, que me esperavam
para me conduzir até nossa casa. Dei um grande abraço
em cada uma e embarquei no carro; meu pai, que tem dificuldade
para se locomover, me aguardava em casa para um saboroso almoço
familiar. Quanta saudade da minha família e da comida
de casa! Estava exultante, mas a saudade já incomodava.
Na
primeira noite dormi quinze horas e passaram-se três
dias antes que eu pudesse sentir-me descansado novamente,
pois não consigo dormir em ônibus ou avião
e devido a isto, ao final de viagens longas, sinto-me sempre
exausto. Mas não posso reclamar; esta foi, com certeza,
uma viagem simplesmente inesquecível. Minha primeira
providência foi passar as mais de três mil e setecentas
fotos para o computador e fazer duas cópias de segurança
em dvd; depois, selecionei as melhores para apresentar em
um de meus sites, onde estão demonstrações
e proteções de tela da viagem. Quem quiser conferir
é só clicar no seguinte link: EuroTour 2007
Aos
poucos, minha vida foi voltando ao normal e eu fui retomando
minhas atividades, mas, mesmo passados trinta dias do fim
desta viagem, ainda fico me lembrando dos lugares em que passei,
especialmente da cidade de Lyon, que me encantou demais. Em
2009 ou 2010, devo retornar à Europa para outra viagem.
Até lá, sigo sonhando com as incríveis
paisagens que fotografei nesta última viagem.