02. VOVÔ TICO

          Meu avô foi um presente que Deus me deu, para que eu melhor suportasse a minha existência na terra, uma pessoa tão maravilhosa que eu não encontro palavras para descrevê-lo. Anos após seu falecimento, que ocorreu em 1970, escrevi para ele esta poesia que apresento a seguir, foi uma forma singela de agradecer tudo o que ele foi e é para mim:


Vovô Tico


Não consigo minha vida imaginar
sem sua presença doce e adorável,
no vovô Deus conseguiu combinar
amor ilimitado e alegria interminável.

Foi feliz e mágica minha infância,
cercada de amor, carinho e dedicação,
devo-lhe isto, pois nem a distância
nos separava, em nossa imaginação.

Sua bondade e paciência infinitas
desafiavam qualquer entendimento,
para seus netos elas eram benditas
como gotas de chuva em solo sedento.

Espero um dia abraçar-lhe novamente,
dizer-lhe que o meu amor é imenso,
que o mantive vivo em minha mente
e que em suas palavras sempre penso.

Enquanto nosso reencontro não acontece
peço a Deus que o conduza à Sua presença,
pois nosso amor é chama que não perece
e que mantém viva no Senhor nossa crença.


Lupércio Mundim



          Seu falecimento atingiu-me tão profundamente e dolorosamente que tive que ser levado a um hospital para tomar soro e recuperar as forças, hoje compreendo que tudo neste planeta segue os desígnios de Deus e que tudo, até as tragédias, é feito em nosso próprio benefício, mas ainda fico sentido quando penso no meu avô querido.


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